Oração da Via sacra

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Se você é católico, já deve ter visto que durante a Quaresma, muitas pessoas se reúnem e vão meditando em frente aos quadros que ficam nas laterais das igrejas.

traveler in empty street of historical city district
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O que essas pessoas estão fazendo?

É uma tradição meditarmos a via sacra com mais intensidade durante esse período, por isso, as estações que ficam retratadas nos quadros são usadas para ajudar nessa oração.

Em frente a eles, vamos meditando cada estação que Nosso Senhor passou até chegar à ressurreição. É uma das formas mais comuns e antigas de se meditar a Paixão de Cristo.

O Papa Francisco nos coloca 8 motivos para termos essa prática de oração:

  1. Ela faz com que coloquemos a nossa confiança em Deus;
  2. Mostra nosso lugar na história;
  3. Recorda o sofrimento de Jesus e que Ele sofre conosco; 
  4. Nos convida à ação; 
  5. Nos ajuda a tomar uma decisão a favor de (ou contra) Jesus;
  6. Revela a resposta de Deus ao mal no mundo;
  7. Confirma a certeza do amor de Deus por nós;
  8. Nos guia da cruz à ressurreição.

Essa devoção nos coloca em cada estação que Jesus passou e une o nosso coração ao Dele, de alguma forma nós passamos a amar e a sofrer com Ele. É de fato uma oração que nos faz ver o quão amado somos e o quanto precisamos retribuir esse amor.

E como um presente, a igreja ainda nos dá a possibilidade de lucrarmos indulgência plenária, desde que se cumpram as três condições: confissão, comunhão e oração pelo Sumo Pontífice. A via sacra precisa ser rezada segundo o manual das indulgências, levando-se em conta o seguinte: 

  • “O piedoso exercício deve-se realizar diante das estações da via-sacra, legitimamente eretas. 
  • Requerem-se catorze cruzes para erigir a via-sacra; junto com as cruzes, costuma-se colocar outras tantas imagens ou quadros que representam as estações de Jerusalém. 
  • Conforme o costume mais comum, o piedoso exercício consta de catorze leituras devotas, a que se acrescentam algumas orações vocais. Requer-se piedosa meditação só da Paixão e Morte do Senhor, sem ser necessária a consideração do mistério de cada estação. 
  • Exige-se o movimento de uma para a outra estação. Mas, se a via-sacra se faz publicamente e não se pode fazer o movimento de todos os presentes ordenadamente, basta que o dirigente se mova para cada uma das estações, enquanto os outros ficam em seus lugares.
  • Os legitimamente impedidos poderão ganhar a indulgência com uma piedosa leitura e meditação da Paixão e Morte do Senhor ao menos por algum tempo, por exemplo, um quarto de hora.”
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Mas o que são as indulgências?

Para entender as indulgências precisamos saber antes que o pecado tem duas consequências, a culpa e a pena. Na confissão nós temos a nossa culpa perdoada, porém a pena, que é a desordem causada pelo pecado cometido, será reparada no purgatório, mas temos a possibilidade de já reparar com as indulgências plenárias (apagam toda a pena) ou parciais.

Portanto, se rezarmos a via sacra e cumprirmos as exigências mencionadas, podemos também apagar nossa pena que foi causada pelos pecados cometidos.

Hoje queremos deixar esse convite de oração, que você medite a via sacra nesta quaresma. Existem muitos modelos disponíveis, mas o Movimento água viva tem um modelo de meditação que foi feito com o material do Vaticano, escrito pelo Papa Bento XVI no ano de 2005, esse material foi adaptado e está disponível neste link para quem quiser utilizá-lo. E se quiser ver a via sacra em quadrinho clique aqui

“A Via-Sacra. – Esta é que é devoção vigorosa e substancial! Quem dera que te habituasses a repassar esses catorze pontos da Paixão e Morte do Senhor, às sextas-feiras. – Eu te garanto que obterias fortaleza para toda a semana.”

São Josemaría Escrivá

Meditação das 14 estações da via sacra

1ª Estação – Jesus é condenado a morte

2ª Estação – Jesus carrega a cruz

3ª Estação – Jesus cai pela primeira vez

4ª Estação – Jesus encontra com Maria

5ª Estação – Simão Cirineu ajuda Jesus a carregar a cruz

6ª Estação – Verônica limpa o rosto de Jesus

7ª Estação – Jesus cai pela segunda vez

8ª Estação – Jesus consola as mulheres de Jerusalém

9ª Estação – Jesus cai pela terceira vez

10ª Estação – Jesus é despojado de suas vestes

11ª Estação – Jesus é pregado na cruz

12ª Estação – Jesus morre na cruz

13ª Estação – Jesus é descido da cruz

14ª Estação – Jesus é sepultado

Descubra como viver a Quaresma com intensidade

Iniciamos um novo tempo litúrgico recentemente e alguns podem estar se perguntando, como eu faço para viver bem o tempo quaresmal?

Esse é o momento oportuno que a Igreja em sua sabedoria separou para meditarmos sobre a paixão de Nosso Senhor. É o tempo em que somos convidados a viver com intensidade os pilares da nossa fé, tendo a oração, o jejum e a esmola como práticas que vão nos levar para perto de Deus e fazer da quaresma esse tempo de conversão.

A oração é a prática que vai nos ajudar a combater a nossa inclinação à soberba, é a melhor forma de combatermos o nosso orgulho, de reconhecermos que precisamos de Deus e de sua graça, ela nos fará caminhar e crescer no amor a Deus, na nossa relação com Ele.

Já o jejum vai ordenar os nossos prazeres humanos, faz com que tenhamos domínio sobre nossas paixões. Com ele vamos aprender a abrir mão das coisas que são passageiras, que nos trazem felicidade momentânea. 

E por fim a esmola que combate o nosso apego aos bens materiais, faz com que nossa alma se abra a caridade, que o nosso olhar se volte para os outros e que nosso egoísmo seja combatido. 

Você já pensou no que fará de diferente nessa quaresma?

Vamos deixar aqui algumas ideias de práticas para te ajudar!

Oração

  • Leitura diária do evangelho
  • Participar da Santa Missa mais vezes por semana
  • Recitar o Santo Rosário
  • Fazer uma leitura espiritual (vida dos santos, livros católicos)
  • Rezar pela conversão de alguém próximo
  • Rezar por algo específico durante esses 40 dias (pela igreja, pelo papa..)

Jejum

  • Retirar algum alimento ou fazer uma refeição a menos (doce, refrigerante, carne vermelha..)
  • Passar a comer algo que não gosta diariamente
  • Retirar o uso de redes sociais
  • Dormir sem ar condicionado ligado
  • Dormir sem travesseiro
  • Tomar banho gelado

Esmola

  • Dar esmola a mendigos
  • Ajudar alguma instituição de caridade
  • Conversar com pessoas que não gostamos
  • Visitar algum lar/orfanato
  • Doar seu tempo através de um serviço à Igreja ou a comunidade
  • Ajudar algum colega de serviço/escola/faculdade que esteja muito atarefado

Que esse tempo seja bem vivido por todos nós, e que essas práticas nos façam chegar no sábado de aleluia e o domingo de páscoa com nossa fé, esperança e caridade fortalecidas.

“O jejum é a alma da oração e a misericórdia é a vida do jejum, portanto quem reza jejue. Quem jejua tenha misericórdia. Quem, ao pedir, deseja ser atendido, atenda quem a ele se dirige. Quem quer encontrar aberto em seu benefício o coração de Deus não feche o seu a quem o suplica”.

São Pedro Crisólogo

O Ministério de Música Água Viva preparou uma playlist especial para a Quaresma 🙏🕊️

Praticar a Caridade – #RG 2022

Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei, foi a ordem direta que o próprio Jesus Cristo nos deixou. Quem tem ouvidos, ouça!

Dia 06 de março de 2022 rolou mais uma Reunião Geral do Movimento Água Viva, e o tema trazido pela Ivana foi CARIDADE. Se você não conseguiu participar ou quer rever pra fazer as anotações, assiste aí! Já está disponível no YouTube e nas principais plataformas de Podcast

Encontro de aprofundamento 2021

No dia 28 de maio de 2021 o Movimento Água Viva realizou um encontro de Aprofundamento com o tema:

Como crianças recém nascidas, desejai com ardor o leite espiritual que vos fará crescer para a salvação

1 Pd 2, 2

Um encontro presencial com toda a segurança necessária, em um lindo sábado de sol, com muita alegria, música, espiritualidades e pregações maravilhosas com Fernando, Padre José da Cruz, Neilson, Padre William e a Santa Missa com Padre Valmir.

Deus seja louvado por este encontro, por cada vida a serviço e por cada alma a caminho da salvação. Curta a playlist que preparamos no Spotify para reviver um pouco deste encontro.

CHAP! CHAP!

Sábado Santo

Faala Movimento Água Viva, aqui estamos novamente para refletir sobre a Semana Santa

Vivemos a principal semana da Igreja Católica, dias de muita riqueza litúrgica e espiritual, momentos de reflexão e entrega a Deus. Mas esse ano, estamos vivendo de uma forma diferente, não é mesmo? 

Vivemos uma quaresma em quarentena, tivemos a oportunidade de nos unir a Jesus no deserto, onde Ele se isolou de todos para se preparar para a grande entrega, para o grande ato de amor. E nós, ficamos isolados em casa, tendo a oportunidade de melhor viver esse tempo, de nos prepararmos para a morte de cruz e a grande ressurreição.

Hoje é o Sábado Santo, estamos no seio do tríduo Pascal, no coração desse tempo. Já vivemos a instituição da Eucaristia, dia em que Jesus, que é tão grande, se faz pequeno num pedaço de pão e Se deixa para nós. Vivemos a prisão de Jesus, as acusações, as humilhações e perseguições. Estivemos ao lado de Jesus no calvário, vimos as suas feridas, ouvimos o martelar dos pregos. Deus se entregou e morreu por nós. Aprendemos com Maria, a serva fiel, a estar ao pé da cruz com fé e esperança. Por fim, vimos o corpo do Salvador ser levado para o sepulcro. E aguardamos a sua Ressurreição triunfal.

E agora, o que vivemos é a ausência. O Cristo está calado, a terra está calada, a ausência de sons toma conta dos nossos ouvidos e do nosso coração. Parece que nada acontece hoje. Onde está Jesus? Sofremos, está doendo.

Silêncio. É essa a particularidade do Sábado Santo.

            Mesmo que tudo esteja em silêncio, Cristo age, pois, no silêncio Cristo desceu até a mansão dos mortos para salvar o homem e levá-lo para a eternidade. As portas do céu se abriram e lá está Jesus, nos esperando para viver a eternidade com Ele.

A Vigília Pascal tem quatro partes fundamentais: Liturgia da Luz, da Palavra, do Batismo e da Eucaristia.

Liturgia da Luz

Abençoa-se o fogo e prepara-se o círio no qual o sacerdote com uma punção traça uma cruz. Depois marca na parte superior a letra Alfa e na inferior Ômega, indicando que Cristo é o início e o fim, entre os braços da cruz marca as cifras do ano em curso. Depois de se acender o círio pascal, proclama-se a Ressurreição e recita-se a Proclamação da Páscoa.

Liturgia do Batismo

Neste dia em especial abençoa-se a água, água que renova a vida, e renovamos as promessas batismais, é muito comum neste dia realizar-se o batismo dos catecúmenos.

Liturgia da Palavra

Nesse dia santo a liturgia da palavra recorda a história da nossa salvação, desde a criação, o pecado original de Adão e Eva, passando por Moisés que liberta do povo da escravidão do Egito, aguardando o Messias até a ressureição de Jesus Cristo, que possibilita a nossa salvação eterna.

Liturgia Eucarística

Ao se aproximar o dia da Ressurreição, a Igreja é convidada a participar do banquete eucarístico, vive-se um ambiente festivo e de louvor, porque cumpriu-se as promessas de Deus, abrindo-se as portas da salvação para a humanidade.

“A Vigília Pascal é uma celebração solene e com uma catequese muito profunda. Quando participamos, cheios de atenção e desejo de nos encontrarmos com o Senhor, ficamos maravilhados com a beleza e o esplendor em torno de Jesus, nossa Luz. A Vigília Pascal transforma a noite mais clara que o dia, e nos impulsiona a irmos ao encontro do Senhor Ressuscitado, para vê-Lo e acreditar na vitória da vida sobre a morte. A Ressurreição de Jesus torna o Sábado Santo uma Noite de Luz!” (Portal CN)

Núcleo de Espiritualidade
Movimento Água Viva

Sexta-Feira Santa

Chegamos na Sexta Feira Santa, o dia de silêncio, jejum e oração, porém sem clima de luto, e sim de respeito e meditação sobre a oferta de Cristo. Celebramos a morte vitoriosa.

Hoje somos convidados a olhar para a cruz, meditar os pregos cravados nas mãos e pés de Cristo, a coroa de espinhos e os seus machucados. A Cruz é o centro da celebração.

Na liturgia percorremos o caminho do calvário, vimos Jesus ser preso, levado para Herodes e Pilatos. Vimos Pilatos lavar as suas mãos e soltar Barrabás, conforme o povo pediu. A partir dali, Jesus é açoitado, recebe a coroa de espinhos e se encaminha para o local em que seria Crucificado.

Tivemos dois amigos do movimento, Jean e Ivana, que tiveram a oportunidade de estar na Escada Santa, a escada em que o próprio Cristo subiu para ser interrogado por Pilatos. Vejam o relato:

“Lá fomos nós em junho de 2019, em Roma – Itália. Estavam perto de nós cerca de 15 pessoas, todas subindo cada degrau com calma, com o terço na mão e rezando. Nas paredes, ao redor da escada havia pinturas da Via Sacra, e no topo da escada, a pintura da crucificação. “

“Ah, pode-se subir apenas de joelhos!”

“No primeiro momento em que tocamos a escada, lágrimas já corriam por nossos olhos sem que pudéssemos controlar. Pensávamos ‘Quem somos nós para tocar o mesmo chão que Jesus tocou?’. A cada degrau os joelhos doíam mais, mas quando olhávamos para a nossa dor de estar ali, de joelhos subindo a escada, pensávamos quão pouco somos capazes de nos sacrificar por Cristo, pois nossa dor era ínfima perto do que Cristo sentiu quando foi açoitado, coroado de espinhos e crucificado por amor a nós. Porém, ao mesmo tempo em que nos sentíamos pequenos, indignos de estar ali, nos sentíamos grandes e acolhidos em Jesus Cristo.”

“Enquanto subíamos, fomos rezando e meditando a Via Sacra, simplesmente agradecendo por estar ali, pela oportunidade de estar vivendo aquele momento naquele lugar. É como se estivéssemos tocando Cristo, como se estivéssemos com Ele naquele dia em que foi crucificado. Era um misto de sentimentos e reações, pedimos perdão, agradecemos, rimos, choramos…de soluçar… ficamos atônitos por muito tempo na verdade.”

“Saímos de lá com a certeza de que foi a experiência mais incrível que tivemos em nossa vida, e ainda mais apaixonados por Cristo.”

A Sexta-Feira Santa nos faz esse convite, de nos colocar junto à Cristo, no açoite, no caminho do calvário, na Cruz, onde Ele entregou-se por inteiro a nós.

Por fim, convidamos à reflexão, de que Jesus gastou o seu suor, o seu sangue e sua vida, por nós, para nos salvar, “Tendo amado os Seus que estavam no mundo, amou-os até o fim” (Jo 13,1). E nós, o que estamos fazendo para santificar a vida de outras pessoas em prol da salvação? Estou amando o meu próximo? Cristo nos amou antes de nós conseguirmos amá-Lo, é um amor genuíno que não espera nada em troca, simplesmente se entrega. E nós?

Que Deus lhe abençoe.

Núcleo de Espiritualidade

Código Direito Canônico

Olá, nesse post sobre formação da fé Católica, nós do Movimento Água Viva iremos apresentar alguns assuntos introdutórios sobre outro documento importantíssimo da nossa Igreja, o Código Direito Canônico. Famoso documento que é citado em diversos livros e vídeos de leitos e sacerdotes. Confira abaixo um pouco sobre esse riquíssimo tesouro que temos.

É o documento que reúne o conjunto de leis canônicas referentes à Igreja Católica Apostólica Romana, ao clero e leigos observando as obrigações e deveres de cada um. Dá orientações legais acerca de diferentes condutas relacionadas com a Igreja. Para as leis morais, recomenda-se recorrer ao Catecismo da Igreja Católica. 

Códigos canônicos sempre existiram…

Porém não de forma sistematizada em um único livro, organizado e de fácil acesso. Aos dias de iniciar o CVII, o papa João XXIII convocou além do concílio, um sínodo dos Bispos sobre Roma e uma Comissão Episcopal para reescrever o Código de Direito Canônico (CDC) que já existia. A comissão responsável por esse trabalho, optou por esperar o concílio encerrar para depois escrever o documento, pois este dependia das orientações que estavam por vir, sobre os entendimentos que o Magistério teria acerca de diversos assuntos que são tratados no CDC.

Após quase 20 anos o papa João Paulo II, com a carta apostólica Sacrae Disciplinae Leges, promulga o Código de Direito Canônico, no dia 25 de janeiro de 1983

Em forma de estrutura

O Código é dividido em sete partes, sendo elas: 

1° Normas gerais, a igreja, o que ela rege.

2° O povo de Deus, a estrutura da igreja.

3° O múnus de ensinar da Igreja, o modo como ensinar.

4° Do múnus de Santificar a Igreja, sacramentos.

5° Os bens temporais da igreja, como administrar os bens.

6° Livro penal, sanções.

7° processos, como proceder.

É dividido também em forma de parágrafos (aqui chamados de cânon). No final do livro também é possível pesquisar por tema/palavra chave. 

Por fim, o CDC juntamente com o direito Romano, foram bases fundamentais para o desenvolvimento do direito civil ocidental.

Por Ivana Gabriela

Catecismo da Igreja Católica (CIC)

Olá! nesse post sobre formação da fé Católica iremos apresentar alguns pontos resumidos sobre o querido livro de capa amarela, que pelo menos uma vez durante a nossa caminhada já vimos alguém carregando ou citando em alguma pregação ou formação.

Para começar, o catecismo da Igreja católica, abreviado como CIC, foi publicado em 1992 pelo Papa São João Paulo II por meio da Constituição Apostólica Fidei Depositum (depósito da fé). Porém antes da promulgação desta constituição e instituição do CIC, existiu um caminho longo que foi percorrido por quatro Papas em 30 anos.

Para falar sobre o catecismo é preciso entender a história de onde e como ele surgiu, portanto começaremos pelo Concílio Vaticano II.

Em 11 de outubro de 1962, há 57 anos, iniciou o Concílio Vaticano II (CVII), no papado de João XXIII que “tinha confiado como tarefa principal guardar e apresentar melhor o precioso depósito da doutrina cristã, para o tornar mais acessível aos fiéis de Cristo e a todos os homens de boa vontade.” (CIC. p. 7). Este concílio durou três anos, encerrando em 8 de dezembro de 1965 com o Papa Paulo VI.

Padre Paulo Ricardo em seu curso sobre o Credo Apostólico explica que o CVII surgiu para reexplicar de outra forma, as mesmas verdades de fé de sempre, pois a fé que temos baseada na Sagrada Escritura, Sagrada Tradição e Sagrado Magistério, não muda, o que pode ser mudado é a forma como é explicada.

Passados 20 anos do início do CVII, em 25 de janeiro de 1985 o Papa São João Paulo II convocou uma Assembleia Extraordinária do Sínodo dos Bispos, para celebrar o encerramento do CVII. Neste encontro os padres sinodais recorreram ao Papa para “expressar o desejo de que seja composto um Catecismo ou compêndio de toda a doutrina católica, tanto em matéria de fé como de moral, para que ele seja como um ponto de referência” (CIC. p. 8).

A partir desta demanda, o Papa São João Paulo II, em 1986 instituiu uma comissão com 12 cardeais e bispos para que fossem responsáveis pelo projeto do CIC, e o presidente desta comissão foi o Cardeal Joseph Ratzinger, que em seguida seria o Papa Bento XVI. Ainda, para incorporar esta comissão, foram convidados mais sete bispos especialistas em teologia e catequese para serem os redatores do documento.

O documento foi escrito durante seis anos, sendo publicado em 11 de outubro de 1992 com a constituição apostólica Fidei Depositum.

São João Paulo II explica o que deve ser este novo documento:

Um catecismo deve apresentar, com fidelidade e de modo orgânico, o ensinamento da Sagrada Escritura, da Tradição viva da Igreja e do Magistério autêntico, bem como a herança espiritual dos Padres, dos Santos e das Santas da Igreja, para permitir conhecer melhor o mistério cristão e reavivar a fé do povo de Deus. Deve ter em conta as explicitações da doutrina que no decurso dos tempos, o Espírito Santo sugeriu à Igreja. É também necessário que ajude a iluminar, com a luz da fé, as novas situações e os problemas que ainda não tinham surgido no passado. (CIC, p. 10).

Portanto agora, temos o Catecismo da Igreja Católica como um documento que surgiu à luz do CVII com base na Sagrada Escritura, Sagrada Tradição e Sagrado Magistério, que nos serve como referência segura para buscar os ensinamentos da doutrina católica, sobre fé e moral, acerca de diferentes assuntos.

O Catecismo é dividido em quatro partes: A profissão da fé; A celebração do Mistério Cristão; A vida em Cristo; A oração Cristã.

Na primeira parte, encontramos a explicação da Revelação, passando pelo caminho do conhecimento de Deus e a busca pela fé. Nesta parte, o catecismo explora aquilo que a Igreja Católica acredita, com base no Credo Apostólico. 

A segunda parte, a celebração do mistério Cristão, apresenta a forma como celebramos a nossa fé, focando nos sete sacramentos da Igreja.

A vida em Cristo, fala sobre a vocação do homem, em como viver na sociedade, com a moral Cristã, à luz dos dez mandamentos da Lei de Deus.

Por fim, na última parte encontra-se os ensinamentos sobre a vida de oração, o modo como rezamos e vivemos espiritualmente. 

O catecismo é organizado por tópicos/assuntos em parágrafos, contendo 2865 destes. Ao fim de cada tema, encontramos um singelo resumo. Com isso, podemos fazer o estudo do CIC de diferentes maneiras, como por exemplo, estudar por assuntos, ou ler o documento na íntegra, ou ainda, começar pela parte três e depois estudar a parte um. Enfim, é um documento de referência, para consulta aos ensinamentos da Santa Igreja.