Chegamos na Sexta Feira Santa, o dia de silêncio, jejum e oração, porém sem clima de luto, e sim de respeito e meditação sobre a oferta de Cristo. Celebramos a morte vitoriosa.
Hoje somos convidados a olhar para a cruz, meditar os pregos cravados nas mãos e pés de Cristo, a coroa de espinhos e os seus machucados. A Cruz é o centro da celebração.
Na liturgia percorremos o caminho do calvário, vimos Jesus ser preso, levado para Herodes e Pilatos. Vimos Pilatos lavar as suas mãos e soltar Barrabás, conforme o povo pediu. A partir dali, Jesus é açoitado, recebe a coroa de espinhos e se encaminha para o local em que seria Crucificado.
Tivemos dois amigos do movimento, Jean e Ivana, que tiveram a oportunidade de estar na Escada Santa, a escada em que o próprio Cristo subiu para ser interrogado por Pilatos. Vejam o relato:
“Lá fomos nós em junho de 2019, em Roma – Itália. Estavam perto de nós cerca de 15 pessoas, todas subindo cada degrau com calma, com o terço na mão e rezando. Nas paredes, ao redor da escada havia pinturas da Via Sacra, e no topo da escada, a pintura da crucificação. “
“Ah, pode-se subir apenas de joelhos!”
“No primeiro momento em que tocamos a escada, lágrimas já corriam por nossos olhos sem que pudéssemos controlar. Pensávamos ‘Quem somos nós para tocar o mesmo chão que Jesus tocou?’. A cada degrau os joelhos doíam mais, mas quando olhávamos para a nossa dor de estar ali, de joelhos subindo a escada, pensávamos quão pouco somos capazes de nos sacrificar por Cristo, pois nossa dor era ínfima perto do que Cristo sentiu quando foi açoitado, coroado de espinhos e crucificado por amor a nós. Porém, ao mesmo tempo em que nos sentíamos pequenos, indignos de estar ali, nos sentíamos grandes e acolhidos em Jesus Cristo.”
“Enquanto subíamos, fomos rezando e meditando a Via Sacra, simplesmente agradecendo por estar ali, pela oportunidade de estar vivendo aquele momento naquele lugar. É como se estivéssemos tocando Cristo, como se estivéssemos com Ele naquele dia em que foi crucificado. Era um misto de sentimentos e reações, pedimos perdão, agradecemos, rimos, choramos…de soluçar… ficamos atônitos por muito tempo na verdade.”
“Saímos de lá com a certeza de que foi a experiência mais incrível que tivemos em nossa vida, e ainda mais apaixonados por Cristo.”
A Sexta-Feira Santa nos faz esse convite, de nos colocar junto à Cristo, no açoite, no caminho do calvário, na Cruz, onde Ele entregou-se por inteiro a nós.
Por fim, convidamos à reflexão, de que Jesus gastou o seu suor, o seu sangue e sua vida, por nós, para nos salvar, “Tendo amado os Seus que estavam no mundo, amou-os até o fim” (Jo 13,1). E nós, o que estamos fazendo para santificar a vida de outras pessoas em prol da salvação? Estou amando o meu próximo? Cristo nos amou antes de nós conseguirmos amá-Lo, é um amor genuíno que não espera nada em troca, simplesmente se entrega. E nós?
Que Deus lhe abençoe.
Núcleo de Espiritualidade