Jesus é condenado a morte

Hoje meditamos a primeira estação da Paixão de Nosso Senhor: Jesus é condenado à morte

Quando viram Jesus, os sumos sacerdotes e os guardas começaram a gritar: “Crucifica-o! Crucifica-o!” Pilatos respondeu: “Levai-o vós mesmos para o crucificar, pois eu não encontro nele crime algum”. Os judeus responderam: “Nós temos uma Lei, e, segundo essa Lei, ele deve morrer, porque se fez Filho de Deus”.. Então Pilatos entregou Jesus para ser crucificado, e eles o levaram. (João 19,6-7. 12-16).

Considera como Jesus, depois de haver sido açoitado e coroado de espinhos, foi injustamente sentenciado por Pilatos a morrer crucificado. Adorado Jesus meu: meus pecados foram maiores dos que de Pilatos, dos que vos sentenciaram a morte. Pelos méritos deste doloroso passo, vos suplico me assistais no caminho que vai recorrendo minha alma para a eternidade.

(Santo Afonso Maria Ligório)

Medita essa estação com calma e reflete: Quais os pecados que eu cometo que vão contra os ensinamentos de Deus, quais as vezes que ao negar o que Jesus me pede sou eu o próprio Pilatos à lavar as mãos? Quantas vezes virei as costas para Deus como quem grita “crucifica-o”?

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Jesus carrega a cruz

Hoje meditamos a segunda estação da Paixão de Nosso Senhor: Jesus carrega a cruz

Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos porque pela vossa santa cruz remistes o mundo.

“Os soldados arrancaram-lhe as vestes e colocaram-lhe um manto. Depois, trançaram uma coroa de espinhos, meteram-lha na cabeça e puseram-lhe na mão uma vara. Dobrando os joelhos diante dele, diziam com escárnio: “Salve, rei dos judeus!”. Cuspiam-lhe no rosto e, tomando da vara, davam-lhe golpes na cabeça. Depois de escarnecerem dele, tiraram-lhe o manto e entregaram-lhe as vestes. Em seguida, levaram-no para o crucificar.” (Mt 27, 27-31)

Senhor, deixastes que Vos escarnecessem e ultrajassem. Ajudai-nos a reconhecer o vosso rosto em quem é humilhado e marginalizado. Ajudai-nos a não desanimar perante as zombarias do mundo quando a obediência à vossa vontade é metida a ridículo. Carregastes a cruz e convidastes-nos a seguir-Vos por este caminho (Mt 10, 38). Ajudai-nos a aceitar a cruz, a não fugir dela, a não lamentarmo-nos nem deixar que os nossos corações se abatam com as provas da vida

(Vatican News, Papa Bento XVI).

Medita essa estação com calma e reflete: Eu tenho carregado a minha cruz com esperança e fé ou tenho tentado fugir dela? Tenho eu feito muitas lamentações e reclamações de todos os acontecimentos em minha vida sem conseguir reconhecer todas as graças que tens feito?

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Jesus cai pela primeira vez

Hoje meditamos a terceira estação da Paixão de Nosso Senhor: Jesus cai pela primeira vez

Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos porque pela vossa santa cruz remistes o mundo.

Eram os nossos males que Ele suportava, e as nossas dores que tinha sobre Si. Mas nós víamos n’Ele um homem castigado, ferido por Deus e sujeito à humilhação. Ele foi trespassado por causa das nossas culpas, e esmagado devido às nossas faltas. O castigo que nos salva, caiu sobre Ele, e por causa das suas chagas é que fomos curados. Todos nós, como ovelhas, andávamos errantes, seguindo cada qual o seu caminho. E o Senhor fez cair sobre Ele as faltas de todos nós. (Isaías; 53,4-6)


Na queda de Jesus sob o peso da cruz, é visível a sua voluntária humilhação para nos levantar do nosso orgulho. E ao mesmo tempo aparece a natureza do nosso orgulho: a soberba pela qual desejamos emancipar-nos de Deus sendo apenas nós mesmos, pela qual cremos que não temos necessidade do amor eterno, mas queremos organizar a nossa vida sozinhos. Nesta revolta contra a verdade, nesta tentativa de nos tornarmos Deus, de sermos criadores e juízes de nós mesmos, caímos e acabamos por autodestruir-nos

(Vatican News, Papa Bento XVI).

Medita essa estação com calma e reflete: Em quais situações eu tentei carregar a cruz sozinho e acabei caindo? Em quais momentos eu reagi com soberba e não pratiquei a virtude da humildade? O que me leva a cair quando estou carregando a cruz, o que me faz tropeçar?

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Jesus encontra com Maria

Hoje meditamos a quarta estação da Paixão de Nosso Senhor: Jesus encontra com Maria

Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos porque pela vossa santa cruz remistes o mundo.

Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua Mãe: “Ele foi estabelecido para a queda e o ressurgir de muitos em Israel, e para ser sinal de contradição; e uma espada Te há-de traspassar a alma. Assim se deverão revelar os intentos de muitos corações” (…) Sua mãe guardava no coração todas estas recordações. (Lc 2, 34-35.51)

Maria está ali, com a coragem de mãe, com a fidelidade de mãe, com a bondade de mãe, e com a sua fé, que resiste na escuridão: «Feliz daquela que acreditou» (Lc 1, 45). Maria foi aquela que permaneceu fiel até mesmo no momento em que os próprios discípulos fugiram. Aquela que acreditou no anjo quando anunciou o que era incrível – que haveria de ser Mãe do Altíssimo – assim também acreditou e se manteve firme na hora da Sua maior humilhação, sofreu em silêncio e confiou. E foi assim que, na hora da cruz, na hora da noite mais escura do mundo, Vos tornastes Mãe daqueles que creem, Mãe da Igreja.

(Vatican News, Papa Bento XVI).

Medita essa estação com calma e reflete: Quais os momentos em que tenho tido a fé como a de Maria? Tenho pedido a ela que me dê a graça das virtudes que me são necessárias (especialmente da fé e da confiança)? Tenho repetido as frases que ela pronunciou com verdadeira entrega nesse momento da queda de Jesus, “estou aqui Jesus”? Tenho deixado que “faça-se em mim” segundo as vontades daquele que me criou?

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Simão Cirineu ajuda Jesus a carregar a cruz

Hoje meditamos a quinta estação da Paixão de Nosso Senhor: Simão Cirineu ajuda Jesus a carregar a cruz

Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos porque pela vossa santa cruz remistes o mundo.

Ao saírem, encontraram um homem de Cirene, chamado Simão, e requisitaram-no, para levar a cruz de Jesus. Jesus disse aos seus discípulos: “Se alguém quiser seguir-Me, renegue-se a si mesmo, pegue na sua cruz e siga-Me”. (Mt 27, 32; 16, 24)

Simão de Cirene regressa do trabalho, vai a caminho de casa quando se cruza com aquele triste cortejo de condenados – para ele talvez fosse um espectáculo habitual. Os soldados valem-se do seu direito de coacção e colocam a cruz às costas dele, robusto homem do campo. Que aborrecimento não deverá ter sentido ao ver-se inesperadamente envolvido no destino daqueles condenados! Mas, do encontro involuntário, brotou a fé. Jesus, cujo amor divino era o único que podia, e pode, redimir a humanidade inteira, quer que compartilhemos a sua cruz para completar o que ainda falta aos seus sofrimentos (Col 1, 24). Jesus, abriu a Simão os olhos e o coração, dando-lhe, a graça da fé

(Vatican News, Papa Bento XVI).

Medita essa estação com calma e reflete: Quais são as pessoas que tem o verdadeiro papel de Simão Cirineu em minha vida? Eu tenho me colocado também a disposição dos outros para sofrer com eles? Tenho experimentado a graça de poder partilhar a cruz dos outros? Tenho contribuído para salvação dos meus irmãos? De que forma?

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Verônica limpa o rosto de Jesus

Hoje meditamos a sexta estação da Paixão de Nosso Senhor: Verônica limpa o rosto de Jesus

Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos porque pela vossa santa cruz remistes o mundo.

Segredou-me o coração: “Procura a sua face!” É, Senhor, o vosso rosto que eu persigo. Não escondais de mim o vosso rosto, nem rejeiteis com ira o vosso servo. Vós sois a minha ajuda, o Deus da minha salvação. (Sl, 27/26, 8-9)

É, Senhor, o vosso rosto que eu persigo. Não escondais de mim o vosso rosto» (Sal 27/26, 8). Verônica encarna este anseio que provam todos os homens crentes, de verem o rosto de Deus. É a imagem da mulher bondosa que, perante o turbamento e escuridão dos corações, mantém a coragem da bondade, não permite ao seu coração de entenebrecer-se: «Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus» (Mt 5, 8). O ato de amor imprime no seu coração a verdadeira imagem de Jesus: no Rosto humano, coberto de sangue e de feridas, ela vê o Rosto de Deus. Somente com o coração podemos ver Jesus. Apenas o amor nos torna capazes de ver e nos torna puros. Só o amor nos faz reconhecer Deus, que é o próprio amor

(Vatican News, Papa Bento XVI).

Medita essa estaçãocom calma e reflete: O meu coração está como o de Verônica, inquieto que procura a face de Deus? Tenho conseguido ver com profundidade o agir de Deus ou tenho ficado na superficialidade da minha relação com Ele? Tenho mostrado em mim a face Dele? Em que atitudes eu fui imagem e semelhança e em quais não fui?

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Jesus cai pela segunda vez

Hoje meditamos a sétima estação da Paixão de Nosso Senhor: Jesus cai pela segunda vez

Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos porque pela vossa santa cruz remistes o mundo.

Rodearam-me (…). Cercaram-me como um enxame de vespas, a sua fúria crepitava como fogo entre espinhos, mas eu aniquilei-os em nome do Senhor. Empurraram-me com violência para eu cair, mas o Senhor veio em meu auxílio. (…) O Senhor castigou-me com dureza, mas não me deixou morrer». (Sl, 117, 11.12-13.18)

A tradição da tríplice queda de Jesus sob o peso da cruz recorda a queda de Adão – o ser humano caído que somos nós – e o mistério da associação de Jesus à nossa queda. Na história, a queda do homem assume sempre novas formas. Na sua primeira carta, S. João fala duma tríplice queda do homem: a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida. Olhando a história mais recente, podemos também pensar como a cristandade, cansada da fé, abandonou o Senhor: as grandes ideologias, com a banalização do homem que já não crê em nada e se deixa simplesmente ir à deriva, construíram um novo paganismo, pior que o antigo. O Senhor carrega este peso e cai… cai, para poder chegar até nós; Ele olha-nos para que em nós volte a palpitar o coração; cai para nos levantar

(Vatican News, Papa Bento XVI).

Medita essa estação com calma e reflete: Como tenho vivido a minha sexualidade? E quanto concupiscência dos olhos, eu tenho desejado coisas que não sustentam a minha carne mas estão relacionadas a minha imaginação e desejos? Tenho sido o senhor da minha vida, me colocando no lugar do próprio Deus? Como nesta quaresma eu tenho praticado o jejum, a esmola e a oração?

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Jesus consola as mulheres de Jerusalém

Hoje meditamos a oitava estação da Paixão de Nosso Senhor: Jesus consola as mulheres de Jerusalém

Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos porque pela vossa santa cruz remistes o mundo.

Jesus voltou-Se para elas e disse-lhes: “Mulheres de Jerusalém, não choreis por Mim; chorai antes por vós mesmas e pelos vossos filhos. Pois dias virão em que se dirá: “Felizes as estéreis, as entranhas que não tiveram filhos e os peitos que não amamentaram”. Nessa altura, começarão a dizer aos montes: “Caí sobre nós”, e às colinas: “Encobri-nos”. Porque se fazem assim no madeiro verde, que será no madeiro seco?” (Lc 23, 28-31)

As palavras com que Jesus adverte as mulheres de Jerusalém que o seguem e choram. Como entendê-las? É uma advertência contra uma piedade puramente sentimental. O Senhor nos adverte do perigo em que nós próprios nos encontramos. Mostra-nos a seriedade do pecado e a seriedade do juízo. As mulheres que choravam, Ele falou de penitência, do dia do Juízo, quando nos encontrarmos diante da vossa face, a face do Juiz do mundo. Ele chama-nos a sair da banalização do mal que nos deixa tranquilos, mostra-nos a seriedade da nossa responsabilidade, o perigo de sermos encontrados, no Juízo, culpados e estéreis

(Vatican News, Papa Bento XVI).

Medita essa estação com calma e reflete: Eu tenho buscado a confissão e o exame de consciência com frequência? Tenho mantido um diálogo diário com Deus? Tenho consciência da seriedade das faltas que cometo e do quanto podem me afastar do céu?

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Jesus cai pela terceira vez

Hoje meditamos a nona estação da Paixão de Nosso Senhor: Jesus cai pela terceira vez

Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos porque pela vossa santa cruz remistes o mundo.

É bom para o homem suportar o jugo desde a sua juventude. Que esteja solitário e silencioso, quando o Senhor o impuser sobre ele; que ponha sua boca no pó: talvez haja esperança! Que dê sua face a quem o fere e se sacie de opróbrios. Pois o Senhor não rejeita para sempre: se Ele aflige, Ele se compadece segundo a sua grande bondade. (Lamentações 3, 27-32)

Pode a terceira queda de Jesus fazer-nos pensar na queda do homem, no afastamento de muitos de Cristo, um secularismo sem Deus. Mas não deveríamos pensar também em tudo quanto Cristo tem sofrido na sua própria Igreja? Tantas vezes celebramos apenas nós próprios, sem nos darmos conta sequer d’Ele! Quão pouca fé existe em tantas teorias, quantas palavras vazias! Quanta auto-suficiência há entre aqueles que deveriam pertencer completamente a Ele! Tudo isto está presente na sua paixão. A traição dos discípulos, a recepção indigna do seu Corpo e do seu Sangue é certamente o maior sofrimento do Redentor, o que Lhe trespassa o coração. Nada mais podemos fazer que dirigir-Lhe, do mais fundo da alma, este grito: Kyrie, eleison – Senhor, salvai-nos (cf. Mt 8, 25)

(Vatican News, Papa Bento XVI).

Medita essa estação com calma e reflete:  Como tenho servido na Igreja? Tenho me colocado a disposição? Tenho me colocado como o centro das atividades? Quais são as imperfeições do meu servir?

Reza pela igreja, por todo o clero, pelo Santo Padre o Papa Francisco, por todos os sacerdotes, principalmente pelo o de sua paróquia.

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Jesus é despojado de suas vestes

Hoje meditamos a décima estação da Paixão de Nosso Senhor: Jesus é despojado de suas vestes

Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos porque pela vossa santa cruz remistes o mundo.

Chegados a um lugar chamado Gólgota, quer dizer «Lugar do Crânio», deram-Lhe a beber vinho misturado com fel. Mas Jesus, quando o provou, não quis beber. Depois de O terem crucificado, repartiram entre si as suas vestes, tirando-as à sorte, e ficaram ali sentados a guardá-Lo. Mt 27,33-36.

Jesus é despojado das suas vestes. Ser despojado em público significa que Jesus já não é ninguém, é desprezado por todos. O momento do despojamento recorda-nos também a expulsão do paraíso: ficou sem o esplendor de Deus o homem, que agora está, ali, nu e exposto, desnudado e envergonha-se. Nudez é sinónimo de verdade do ser, ao ficar despojado Jesus tece a partir da cruz,  a roupa de dignidade do homem. Jesus recorda-nos o fato de que todos nós perdemos a primeira veste, isto é, o esplendor de Deus. Junto da cruz, os soldados lançam sortes para repartirem entre si as suas vestes. Recordemos ainda que, segundo diz S. João, o objeto do sorteio era a túnica de Jesus – toda tecida de alto a baixo sem costura, o que faz alusão à veste do sumo sacerdote, que também era sem costura. Ele, o Crucificado, é realmente o verdadeiro sumo sacerdote

(Vatican News, Papa Bento XVI).

Medita essa estação com calma e reflete: Tenho pedido a Deus a graça de reconhecer e bendizer os despojamentos que são necessários para que eu possa me tornar apenas aquilo que ele quer? Que eu possa senhor reconhecer aquilo de que preciso me despojar para poder me encontrar com a nudez redentora, e reconhecer a obediência e dependência do Pai em minha vida, para poder então receber vestes novas.

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