Romanos 12, 12

Eaí galeeera, beleza? Como vocês estão?

Saudade de nos reunirmos, ficar batendo papo, comer aquele lanche pós reunião, fazer aquela bagunça de sempre, rezar juntos, ver as crianças correndo nas reuniões e dar um abraço apertado em todos. Somos só nós que estamos com essa saudade ou vocês também?!?!?

Estamos vivendo um período bem diferente na nossa vida, e até na história da Igreja. Um período em que não podemos estar pertinho daqueles que amamos, não conseguimos com tanta facilidade nos confessar e receber Jesus… inclusive em muitos momentos não conseguimos estar em comunhão com Deus, mesmo estando mais em casa e teoricamente com mais tempo disponível.

Muitos de nós estamos trabalhando mais que o normal, colocando em ordem aquelas coisas que nunca conseguimos fazer, tentando organizar a vida para quando voltarmos ao normal, não é mesmo?

Mas e a nossa fé, como está? Nossa vida de oração?

Tudo isso que vivemos já não é fácil, mas se estivermos distantes de Deus, fica mais difícil ainda, por isso hoje a proposta é para refletirmos como está a nossa intimidade com o Cristo ressuscitado. A nossa diferença em relação àqueles que não tem fé, é justamente ter fé em Deus, acreditar que o sentido da nossa vida vai muito além desse momento de sofrimento, é confiar que Deus não nos abandona, é nos jogarmos nos braços do Pai e deixar Ele conduzir nossa vida. É estar firme na rocha mesmo diante da tribulação. Deus é esta rocha, apegue-se a Ele.

Precisamos manter nossa rotina de oração, e para quem ainda não tinha essa rotina, esse é o momento de iniciar! Separe um momento do seu dia para ficar com Deus, conversar com Ele, ler a palavra, rezar, meditar, rezar o terço, conversar com o seu Santo de devoção, pedir a ele que te ajude a viver esse tempo. Separe este momento e seja fiel, encontre-se com Deus diariamente.

Uma carta de São Paulo para nós

Na carta que São Paulo escreveu aos Romanos, ele nos dá um conselho que podemos tomar para nós todos os dias, especialmente nesse momento que pode ser desesperador ou bagunçado para muitos

“Sede alegres na esperança, pacientes na tribulação e perseverantes na oração”

(Rm 12, 12)

Vamos, alegre-se com a vida que Deus te deu, com o seu trabalho, com o seu estudo, com a família… alegre-se por ter a tecnologia que te une a outras pessoas. Alegra-te! Caso o desânimo e tristeza assombre os seus pensamentos, lembre que estais de pé! Que podes levantar da cama para ver o mundo pela janela, sentir a brisa do vento e assim perceber que é menos um dia para o final dessa crise. Isso tudo vai passar, as tribulações servem para nos fortalecer e santificar, para nos unirmos ao sofrimento de Cristo. Seja paciente! Junte-se a Deus, fique com Ele durante seus afazeres, reze algumas jaculatórias durante o dia, coloque uma imagem santa próximo ao seu local de trabalho/estudo, leia sobre os santos, a doutrina e a bíblia, veja filmes que te edifique, coloque-se no colo de Maria e sob a proteção de São José, reza ao teu Anjo da guarda para te proteger e inspirar. Esteja em comunhão com o céu, reze!

Essa é a oportunidade que temos de restabelecer a nossa intimidade com Deus, de firmar o compromisso de entrega e buscarmos o céu.

Leu uma passagem bíblica e achou interessante? Compartilha com outras pessoas, reflitam sobre ela. Vai rezar o terço? Liga para um amigo e rezem juntos! Estejamos unidos em oração, na esperança e na paciência.

Deus jamais abandona suas ovelhas, tenha fé!

Que Deus lhe abençoe!

Salve Maria.

Ministério de Formação 

Maria, humana como nós

É comum meditarmos a Santidade da Virgem Maria, mas você já parou para meditar a humanidade de nossa Senhora?

Em toda a história da salvação Deus nos deixa claro, seja pela voz do profeta (Isaías) ou mesmo no Gênesis quando declara a inimizade entre a serpente e a mulher, que uma mulher (humana) daria luz ao salvador. Ele não viria nem de uma divindade e muito menos desceria do céu em meio a trombetas, viria como nós, nascido de uma mulher.

A santidade da Virgem Maria

É comum meditarmos a santidade da Virgem Maria, mas por vezes esquecemos de notar o quanto essa santidade está intimamente ligada a humanidade de nossa Senhora. São João Paulo II sabiamente nos escreveu na constituição dogmática Lumem gentium que “todos são chamados à santidade, e a todos coube a mesma fé e justiça de Deus” (Lumem gentium, 32) . Isso quer dizer que em nossa qualidade humana temos como princípio a busca da santidade, nossa vocação primeira é a de sermos Santos. Nossa Senhora, portanto, seguiu sua vocação primeira com perfeição, atingindo a santidade por ser perfeitamente humana.

Se prestarmos atenção, a sagrada escritura nos mostra traços claros da humanidade de nossa Senhora. Um exemplo está no episódio da anunciação.

Neste episódio, Maria encontrava-se possivelmente recolhida, talvez em oração ou até mesmo nos afazeres de casa, quando o anjo Gabriel adentrou dizendo “Ave cheia de graça, o Senhor é contigo”. Na sequência, a palavra nos diz que Maria ficou cheia de surpresa e confusa com tal saudação. 

A jovem mulher

Aqui precisamos nos imaginar no episódio. Nossa Senhora era uma jovem mulher de uns 15 anos, de muita fé e principalmente com muito conhecimento das sagradas escrituras, sendo assim, sabia perfeitamente o que aquela saudação do anjo significava. Qualquer um de nós, humanos, ficaria surpreso e até mesmo assustado naquela situação e com Maria não foi diferente, ela ficou confusa, talvez até assustada.

O anjo então toma a palavra, acalma nossa Senhora e explica que ela faria parte da história da salvação, do cumprimento das promessas de Deus, sendo o meio pelo qual o Salvador viria ao mundo. Ao fim da explicação, é possível imaginar o silêncio que pode ter tomado conta daquele ambiente: Maria, uma simples jovem, havia sido convidada para participar de algo que mudaria completamente a sua história, a história da humanidade. A resposta de nossa Senhora nesse momento definiria tudo e ela, na sua humanidade, disse sim, mas não apenas um sim qualquer. Maria disse o seu fiat! (faça-se) e mostrando toda a sua pequenez humana para trazer o Deus vivo a este mundo, entregou esta tarefa nas mãos de Deus.

Maria com certeza teve muitos desafios durante a sua vida. Além de viver em uma época muito difícil para as mulheres, nossa Senhora precisou abrir mão de muitas coisas para servir inteiramente a Deus. Ela entregou suas vontades, seus planos, tudo o que tinha para ser inteiramente a medianeira, aquela que geraria e faria crescer o filho de Deus.

Nossa senhora além de gerar e cuidar da criação e educação de Jesus, fazendo-o crescer em tamanho e sabedoria, também foi responsável pelos cuidados da casa e também de São José seu esposo que, segundo a tradição, tinha mais idade que ela. Sendo assim, além da visão de mãe terna e carinhosa, Maria nos ensina a determinada determinação que se deve ter no servir a Deus no ordinário de cada dia.

É comum em nossa juventude meditarmos sobre as vocações e principalmente sobre como vamos buscar a santidade no ordinário dos nossos dias.

Maria foi um exemplo de extraordinário no ordinário da sua vivência humana. 

Pensando no ordinário e na busca de santidade no dia a dia, temos em nossas casas exemplos de seres humanos que, às vezes sem saber, estão buscando a santidade, são eles os nossos pais. Por vezes eles vivem sacrifícios diários a favor da nossa criação e educação, seja para pôr comida na mesa ou então para nos dar condições melhores no futuro, eles sempre estão dispostos a se gastarem pelo nosso melhor. O que seria isso se não uma profunda vivência humanitária, atos de amor fraterno por uma criatura de Deus que veio ao mundo através deles – a profunda vivência humanitária nos aproxima da santidade, nos ensina a Virgem Maria. Portanto, devemos perceber que em cada gesto de humanidade existe um toque divino, um aroma Santo, que nos aproxima de Deus e nos assemelha a Nossa Senhora.

O exemplo do “SIM” de Maria

A partir da humanidade de Maria e do seu “sim”, deu-se início ao cumprimento da promessa da salvação. A partir do “sim” humano de nossos pais, deu-se início a nossa história de salvação particular. Agora chega a nossa vez.

Que Maria seja exemplo de ser humano para cada um de nós e que, ao reflexo dela, possamos viver o extraordinário no ordinário das nossas vidas, amando e servindo a Deus em cada gesto simples de humanidade.

Por Vinicius Bandeira

Festa da Misericórdia

Fala movimento água viva!! Eis que passaram-se 7 dias após a ressurreição de nosso Senhor, após o grande júbilo da páscoa vivemos mais um momento de alegria na Igreja, a Festa da Misericórdia, festa em que o próprio Deus nos mostra mais uma vez o seu amor sem limites. 

A Misericórdia

Experimentar da misericórdia de Deus é perceber o quanto somos pequenos e quão grande Ele é, nós que muitas vezes somos tão infiéis, que trocamos Deus por tão pouco, talvez por um episódio a mais na nossa série favorita, pela pouca paciência com nossos familiares, colocando mil coisas na frente d’Ele e até mesmo desejando as coisas da terra mais do que as do céu. 

Lentos, pequenos, miseráveis, mas mesmo assim amados por Deus, quando contrastamos a nossa pequenez com a grandeza do vosso amor é que podemos experimentar a misericórdia divina. A nossa sujeira pode ser purificada e renovada por um Deus capaz de nos dar um coração novo que pulsa pelo Amor, e já não somos mais os mesmos, nos tornamos completos pela Graça. Confiar nessa misericórdia é saber que no meio dos nossos altos e baixos Deus está conosco disposto a mudar nossa história, transformando cada queda em um trampolim que nos aproxima Dele.

Tomé

Olhemos para Tomé, que viveu com Cristo e mesmo depois de sua morte não confiou na sua ressurreição, assim somos nós, que mesmo depois de experimentar Deus na vivência de movimento nos tornamos como incrédulos em alguns momentos da caminhada. Mas, assim como o apóstolo, nós podemos desejar o Céu e tocar nas feridas abertas de Deus, sendo transformados pela misericórdia. Que reconheçamos sempre as nossas faltas, clamemos a Deus a vossa graça e assim experimentaremos a sua misericórdia.

A festa

A Festa da misericórdia acontece na Igreja sempre no segundo domingo da páscoa, para entender a origem dessa festividade, precisamos saber que a devoção à Divina Misericórdia começou quando Jesus realizou algumas revelações a Santa Faustina Kowalska no ano de 1931. Tudo o que o Mestre quis passar para a humanidade foi anotado no diário pessoal da religiosa, que (por incrível que pareça) entrou no convento denominado Irmãs da Nossa Senhora da Misericórdia. Este diário foi ideia do padre confessor de Faustina. Então ela registrou inúmeras experiências sobrenaturais com Jesus.

As palavras do Senhor a Santa Faustina.

“Eu desejo que haja a Festa da Misericórdia. Quero que essa Imagem, que pintarás com o pincel, seja benzida solenemente no primeiro domingo depois da Páscoa, e esse domingo deve ser a Festa da Misericórdia”

(Diário, 49; cf. 88; 280; 299b; 458; 742; 1048; 1517).

Nosso amado Jesus deixa-nos muito claro que Ele quer distribuir a sua misericórdia e que se confiarmos e acreditarmos nesse amor gratuito e fiél alcançaremos a Verdadeira Alegria.

“Essa Festa saiu do mais íntimo da Minha misericórdia e está aprovada nas profundezas da Minha compaixão. Toda alma que crê e confia na Minha misericórdia irá alcançá-la”

(D. 420; cf. 1042; 1073)

Que a  Paz esteja conosco irmãos, que possamos no dia de hoje meditarmos o tamanho do Amor de Deus por nós, pensarmos nas nossas incredulidades e que tocados por suas chagas estejamos abertos à vontade de Deus. Eis o momento propício para receber o perdão e distribuir esse perdão a todos. Que confiantes na misericórdia de Deus, renovemos as nossas forças e caminhemos para o verdadeiro sentido da vida, não somente pela nossa salvação, mas por todos aqueles que esperam e anseiam ser alcançados pela misericórdia que diariamente experimentamos.

Núcleo de Espiritualidade
Movimento Água Viva


Referências

https://misericordia.org.br/home/devocao/formas-de-devocao-divina-misericordia/festa-da-divina-misericordia/
https://santo.cancaonova.com/santo/santa-maria-faustina-kowalska-apostola-da-divina-misericordia/
https://misericordia.org.br/home/devocao/formas-de-devocao-divina-misericordia/festa-da-divina-misericordia/

Sábado Santo

Faala Movimento Água Viva, aqui estamos novamente para refletir sobre a Semana Santa

Vivemos a principal semana da Igreja Católica, dias de muita riqueza litúrgica e espiritual, momentos de reflexão e entrega a Deus. Mas esse ano, estamos vivendo de uma forma diferente, não é mesmo? 

Vivemos uma quaresma em quarentena, tivemos a oportunidade de nos unir a Jesus no deserto, onde Ele se isolou de todos para se preparar para a grande entrega, para o grande ato de amor. E nós, ficamos isolados em casa, tendo a oportunidade de melhor viver esse tempo, de nos prepararmos para a morte de cruz e a grande ressurreição.

Hoje é o Sábado Santo, estamos no seio do tríduo Pascal, no coração desse tempo. Já vivemos a instituição da Eucaristia, dia em que Jesus, que é tão grande, se faz pequeno num pedaço de pão e Se deixa para nós. Vivemos a prisão de Jesus, as acusações, as humilhações e perseguições. Estivemos ao lado de Jesus no calvário, vimos as suas feridas, ouvimos o martelar dos pregos. Deus se entregou e morreu por nós. Aprendemos com Maria, a serva fiel, a estar ao pé da cruz com fé e esperança. Por fim, vimos o corpo do Salvador ser levado para o sepulcro. E aguardamos a sua Ressurreição triunfal.

E agora, o que vivemos é a ausência. O Cristo está calado, a terra está calada, a ausência de sons toma conta dos nossos ouvidos e do nosso coração. Parece que nada acontece hoje. Onde está Jesus? Sofremos, está doendo.

Silêncio. É essa a particularidade do Sábado Santo.

            Mesmo que tudo esteja em silêncio, Cristo age, pois, no silêncio Cristo desceu até a mansão dos mortos para salvar o homem e levá-lo para a eternidade. As portas do céu se abriram e lá está Jesus, nos esperando para viver a eternidade com Ele.

A Vigília Pascal tem quatro partes fundamentais: Liturgia da Luz, da Palavra, do Batismo e da Eucaristia.

Liturgia da Luz

Abençoa-se o fogo e prepara-se o círio no qual o sacerdote com uma punção traça uma cruz. Depois marca na parte superior a letra Alfa e na inferior Ômega, indicando que Cristo é o início e o fim, entre os braços da cruz marca as cifras do ano em curso. Depois de se acender o círio pascal, proclama-se a Ressurreição e recita-se a Proclamação da Páscoa.

Liturgia do Batismo

Neste dia em especial abençoa-se a água, água que renova a vida, e renovamos as promessas batismais, é muito comum neste dia realizar-se o batismo dos catecúmenos.

Liturgia da Palavra

Nesse dia santo a liturgia da palavra recorda a história da nossa salvação, desde a criação, o pecado original de Adão e Eva, passando por Moisés que liberta do povo da escravidão do Egito, aguardando o Messias até a ressureição de Jesus Cristo, que possibilita a nossa salvação eterna.

Liturgia Eucarística

Ao se aproximar o dia da Ressurreição, a Igreja é convidada a participar do banquete eucarístico, vive-se um ambiente festivo e de louvor, porque cumpriu-se as promessas de Deus, abrindo-se as portas da salvação para a humanidade.

“A Vigília Pascal é uma celebração solene e com uma catequese muito profunda. Quando participamos, cheios de atenção e desejo de nos encontrarmos com o Senhor, ficamos maravilhados com a beleza e o esplendor em torno de Jesus, nossa Luz. A Vigília Pascal transforma a noite mais clara que o dia, e nos impulsiona a irmos ao encontro do Senhor Ressuscitado, para vê-Lo e acreditar na vitória da vida sobre a morte. A Ressurreição de Jesus torna o Sábado Santo uma Noite de Luz!” (Portal CN)

Núcleo de Espiritualidade
Movimento Água Viva

Sexta-Feira Santa

Chegamos na Sexta Feira Santa, o dia de silêncio, jejum e oração, porém sem clima de luto, e sim de respeito e meditação sobre a oferta de Cristo. Celebramos a morte vitoriosa.

Hoje somos convidados a olhar para a cruz, meditar os pregos cravados nas mãos e pés de Cristo, a coroa de espinhos e os seus machucados. A Cruz é o centro da celebração.

Na liturgia percorremos o caminho do calvário, vimos Jesus ser preso, levado para Herodes e Pilatos. Vimos Pilatos lavar as suas mãos e soltar Barrabás, conforme o povo pediu. A partir dali, Jesus é açoitado, recebe a coroa de espinhos e se encaminha para o local em que seria Crucificado.

Tivemos dois amigos do movimento, Jean e Ivana, que tiveram a oportunidade de estar na Escada Santa, a escada em que o próprio Cristo subiu para ser interrogado por Pilatos. Vejam o relato:

“Lá fomos nós em junho de 2019, em Roma – Itália. Estavam perto de nós cerca de 15 pessoas, todas subindo cada degrau com calma, com o terço na mão e rezando. Nas paredes, ao redor da escada havia pinturas da Via Sacra, e no topo da escada, a pintura da crucificação. “

“Ah, pode-se subir apenas de joelhos!”

“No primeiro momento em que tocamos a escada, lágrimas já corriam por nossos olhos sem que pudéssemos controlar. Pensávamos ‘Quem somos nós para tocar o mesmo chão que Jesus tocou?’. A cada degrau os joelhos doíam mais, mas quando olhávamos para a nossa dor de estar ali, de joelhos subindo a escada, pensávamos quão pouco somos capazes de nos sacrificar por Cristo, pois nossa dor era ínfima perto do que Cristo sentiu quando foi açoitado, coroado de espinhos e crucificado por amor a nós. Porém, ao mesmo tempo em que nos sentíamos pequenos, indignos de estar ali, nos sentíamos grandes e acolhidos em Jesus Cristo.”

“Enquanto subíamos, fomos rezando e meditando a Via Sacra, simplesmente agradecendo por estar ali, pela oportunidade de estar vivendo aquele momento naquele lugar. É como se estivéssemos tocando Cristo, como se estivéssemos com Ele naquele dia em que foi crucificado. Era um misto de sentimentos e reações, pedimos perdão, agradecemos, rimos, choramos…de soluçar… ficamos atônitos por muito tempo na verdade.”

“Saímos de lá com a certeza de que foi a experiência mais incrível que tivemos em nossa vida, e ainda mais apaixonados por Cristo.”

A Sexta-Feira Santa nos faz esse convite, de nos colocar junto à Cristo, no açoite, no caminho do calvário, na Cruz, onde Ele entregou-se por inteiro a nós.

Por fim, convidamos à reflexão, de que Jesus gastou o seu suor, o seu sangue e sua vida, por nós, para nos salvar, “Tendo amado os Seus que estavam no mundo, amou-os até o fim” (Jo 13,1). E nós, o que estamos fazendo para santificar a vida de outras pessoas em prol da salvação? Estou amando o meu próximo? Cristo nos amou antes de nós conseguirmos amá-Lo, é um amor genuíno que não espera nada em troca, simplesmente se entrega. E nós?

Que Deus lhe abençoe.

Núcleo de Espiritualidade

Quinta-Feira Santa

Fala Movimento Água Viva! Núcleo de Espiritualidade e ministério de formação na área. Quaresma chegando ao fim, quarentena acontecendo, diversas incertezas assombrando a todos e chegamos na Semana Santa. Para que o Movimento viva de forma comum disponibilizamos uma pequena formação sobre a Quinta Feira Santa e uma reflexão. Esperamos que gostem. Salve Maria!

Todo o povo de Deus está vivendo uma quaresma e Semana Santa diferente. Quando paro para refletir, o que vem primeiro na minha mente é que: Eu nunca imaginava passar por isso, não conseguir viver os sacramentos nesses dois períodos. A partir desse ponto caímos naquele velho ditado, é preciso sentir falta para dar mais valor. E realmente, durante essa quaresma me pequei pensando muito nesse assunto. Como eu, católico, preciso dar mais valor para os sacramentos. E você tem dado valor aos sacramentos? Viver bem uma confissão, e buscar o propósito de vencer um pecado. Desfazer qualquer distração durante o momento da Comunhão. Ou até mesmo buscar levar pessoas para a catequese e o Crisma.

Bem, e o que tudo isso que foi escrito a cima tem a ver com a Quinta-Feira Santa? Eu digo que tudo, talvez muito mais… Agora outra pergunta, a Quinta-Feira Santa está contida dentro da Quaresma? A Quaresma prepara os corações para viver o Tríduo Pascal. Quaresma termina quando vivemos a primeira celebração do Tríduo, que dá início ao momento litúrgico mais importante do ano no qual celebramos a paixão, morte e ressurreição do Senhor. Veja que, a partir do começo do Tríduo Pascal o tempo litúrgico muda, ou seja, na Quinta-Feira Santa.

Como bem sabemos, é nesse dia inicial do Tríduo que a Liturgia celebra a instituição do sacerdócio (sacramento da ordem), a instituição da Eucaristia (Santíssimo sacramento) – A ceia do Senhor (In coenae domini), bênção dos santos óleos e o lava pés. É irmão, são inúmeros acontecimentos vividos em apenas um dia. Além de dar início ao auge da nossa fé, como já descrito. Tudo está interligado pelo corpo místico de Nosso Senhor. A liturgia vivida no Tríduo introduz de forma viva e atual o mistério da entrega de Jesus pela humanidade por um único motivo, a nossa salvação. “É por isso que o Pai me ama: porque dou a minha vida. E assim, eu a recebo de novo. Ninguém me tira a vida, mas eu a dou por própria vontade”.

Instituição do sacerdócio

Jesus deixa claro durante suas palavras na Santa Ceia que aquilo que os discípulos acabaram de viver deveria ter uma continuidade, que os que creem no Filho do Homem se reunissem e recordassem d’Ele abençoando o pão e o vinho. “Fazei isto em memória de mim”.

Instituição da Eucaristia

Com a Santa Ceia, Jesus ofereceu ao Pai o Seu Corpo e Sangue sob as espécies do pão e do vinho, e os entregou aos seus. A palavra Eucaristia tem origem em duas palavras gregas “eu-cháris”, que significa ação de graça, presença real e substancial de Jesus Cristo sobre as aparências de pão e vinho. Viver a Eucaristia é a forma mais grandiosa de agradar a Deus, pois comungando ocorre de forma sobrenatural ação da graça [2].

Benção dos Santos Óleos

Faz parte de umas das cerimônias litúrgicas da Quinta Feira Santa. Nessa celebração, é realizado a bênção dos óleos utilizados pelas paroquias o ano todo. Sendo destinados para o Crisma, os Catecúmenos e dos Enfermos. Essa celebração conta com a presença do Bispo e de todos os sacerdotes da diocese. É um momento de reafirmar o compromisso de servir a Jesus.

Lava-pés

O lava-pés faz parte do ritual litúrgico que ocorre durante a celebração na Quinta Feira Santa. Jesus durante esse momento entregou os últimos ensinamentos para os Apóstolos, que é muito bem narrado no Evangelho de São João. E mostrou que necessário servir ao mundo e foi para isso que o Filho do Homem veio. Vemos que nessa liturgia eucarística, o bispo ou sacerdote vive novamente esse ato tão belíssimo do Mestre. Lava os pés e beija-os, retornando ao compromisso deixado por Cristo.

Agora escute a reflexão para essa Quinta Feira Santa e busque realizar um propósito pessoal após esse momento de oração.

Núcleo de Espiritualidade
Movimento Água Viva

A Comunhão Espiritual

Salve Maria! Fala Movimento Água Viva e todos os homens e mulheres de Deus. Como bem sabemos, estamos passando por um tempo difícil de grande provação a nível mundial. Toda a humanidade está lutando contra o COVID-19, e por conta desse fator as Santas Missas foram suspensas e não podem acontecer por conta do contágio. Dessa forma, as recomendações dos bispos locais é que vivemos a Santa Missa, por todos os meios de comunicação (TV, Facebook, Instagram). O Santo Padre, o Papa Francisco recomendou que todos os fiéis fizerem o exercício da comunhão espiritual na homilia do dia 19 de março, Solenidade de São José.

Percebe-se que esse assunto de comunhão espiritual está em evidência na vida de todo o Católico, e muita gente fica na dúvida de como realizar esse momento que foi recomendado por toda a Igreja. Primeiro todos precisamos entender que a comunhão espiritual torna possível um encontro com Deus, como qualquer outro momento de oração. Porém, recita-se a oração da comunhão espiritual em casos que algum fiel não consiga ir à Missa de preceito (por causa de um motivo maior, é claro), ou quando o mesmo se encontra em estado de pecado não confessado e não pode comungar do Corpo de Nosso Senhor. Dessa forma existe a orientação de realizar uma oração que faça você viver uma união com Deus, que ama a todos nós sem limites

Uma dúvida que é comum de surgir para os Católicos, é: Qual a diferença da comunhão Eucarística e da espiritual? Tem o mesmo valor?

Como bem sabemos a comunhão Eucarística ocorre quando participamos da Santa Missa e estamos livres de pecado grave, assim recebemos o Corpo de Cristo na hóstia consagrada pelo sacerdote. Já a comunhão espiritual é receber Jesus só que sem que esteja na hóstia consagrada, ou seja, não comungamos o Corpo de Cristo. Mesmo existindo a diferença entre elas o valor é o mesmo, o que importa de fato é o teu encontro pessoal com o Mestre, deixar todas as preocupações de lado, as contas que precisam ser pagas, o estresse, a dor, os medos, as felicidades, as conquistas… É reconhecer que de uma forma ou de outra, a tua alma irá encontrar Aquele que é de mais precioso na nossa vida. São Leonardo Porto Maurício, diz o seguinte sobre a comunhão espiritual: “O recebem em espírito, fazendo atos de fé viva e ardente caridade, e com um grande desejo de se unirem ao soberano Bem, e, por meio disto, se põem em estado de obter os frutos do Divino Sacramento.”

Complementando o que já foi explicado.

Existe uma antiga tradição exercida pelos mais velhos de antes de entrar na fila da comunhão, realizar uma oração de comunhão espiritual para viver dignamente o encontro do Corpo de Cristo com todo o nosso ser. Veja, a Missa precisa ser toda vivida, temos que ir preparando nosso coração e nossa alma para encontrar o Esposo que nos aguarda

A comunhão espiritual foi recomendada de forma incisiva pelo Concílio de Trento (D 881).

São Tomás de Aquino também define de forma perfeita o que é a comunhão espiritual, veja: “consiste num desejo ardente de receber Jesus Cristo sacramentalmente e num amplexo amoroso, como se já fora recebido.” Para terminar segue alguns exemplos de comunhão espiritual para que possamos praticar durantes os nossos encontros com o Senhor.

“Eu quisera Senhor, e meu Deus, receber-vos com aquela pureza, humildade e amor com que vos recebeu a vossa Santíssima Mãe, e com o fervor, e espírito dos Santos.”

“Vinde, JESUS adorável, vinde ao meu pobre coração; vinde saciar meu desejo; vinde meu adorado JESUS, vinde ó dulcíssimo JESUS!”

“Desejai, então, vivamente receber o adorável JESUS, oculto por vosso amor, no Santíssimo Sacramento.”

São Tomás de Aquino

Vamos nos manter alimentados e unidos ao Cristo neste período de pandemia, lembrando que Ele é a nossa força e sustento para enfrentar todas as situações.

Ministério de Formação – MAV