Jesus é descido da cruz

Hoje meditamos a décima terceira estação da Paixão de Nosso Senhor: Jesus é descido da cruz

Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos. Porque pela vossa santa cruz remistes o mundo.

O centurião e os que estavam com ele de guarda a Jesus, ao verem o tremor de terra e o que estava a suceder, ficaram aterrados e disseram: «Ele era, na verdade, Filho de Deus». Estavam ali, a observar de longe, muitas mulheres, que tinham seguido Jesus desde a Galileia, para O servirem. Mt 27, 54-55

Jesus morreu, o seu coração é transpassado e dele brotam sangue e água: misteriosa imagem do rio dos sacramentos, do Batismo e da Eucaristia, dos quais, renasce a Igreja. E não Lhe são quebradas as pernas, como aos outros dois crucificados; deste modo Ele aparece como o verdadeiro cordeiro pascal, ao qual nenhum osso deve ser quebrado (cf. Ex 12, 46). Para Jesus e para Maria, foi o trespassamento de dois corações com uma só lança. É esta transfixão simultânea, que nos une na adoração ao Sagrado Coração de Jesus e à veneração do Imaculado Coração de Maria

(Vatican News, Papa Bento XVI).

Maria, aqui não é Belém: aqui é o Calvário. O Seu Corpo não é branco, como se viesse de Seu Pai, mas tinto de sangue, como se de nós saísse. Em Seu berço, era um cálice de oferenda, cheio do sangue que dá vida. Agora, junto da Cruz, o Seu Corpo é um cálice vazio de todas as gotas de sangue que Ele verteu para a Redenção da Humanidade. No estábulo não havia lugar para Ele. Morto, também não tinha onde repousar a Sua cabeça – a não ser nos braços de Sua Mãe.

(Venerável Fulton J. Sheen)

“Eis que descem o Salvador da Cruz em que morrera! Ó Virgem sacrossanta, destes com tanto amor Vosso Filho ao Mundo, e vede como ele vo-lo entrega!”

(Santo Afonso Maria de Ligório)

Também nós nos aproximamos do corpo de Jesus descido da Cruz. Neste corpo reconhecemo-nos como seus membros feridos, mas guardados pelo abraço da Mãe. Reconhecemo-nos também nestes braços, os braços da Igreja-Mãe que lembram o altar que nos oferece o Corpo de Cristo. Quem podia acolher o corpo sem vida de Jesus senão aquela que Lhe dera a vida? Podemos imaginar os sentimentos de Maria, que O acolhera nos seus braços. Ao mesmo tempo que abraça seu Filho, repete uma vez mais o seu fiat. Agora Ela deve entregá-Lo às gélidas pedras do sepulcro, depois de O ter apressadamente limpo e ajeitado. A única coisa a fazer agora, é esperar. Parece infindável a expectativa do terceiro dia.

(Vatican News, Papa Bento XVI).

Medita essa estação com calma e reflete: Quantas vezes parece que Deus está morto para mim? Quantas vezes me afasto Dele e fico na escuridão assim como ficou a terra após Sua morte? E ainda, quando que nessas situações eu tenho colocado meu sofrimento no colo de Maria e tenho esperado com ela as demoras de Deus? Tenho tido intimidade com ela? Quanto Maria ainda sofre por todos os seus filhos, por mim?

Após refletir, reze

  • 1 Pai Nosso, 1
  • Ave-Maria e
  • 1 Glória ao Pai.

Jesus é sepultado

Hoje meditamos a décima quarta estação da Paixão de Nosso Senhor: Jesus é sepultado

Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos. Porque pela vossa santa cruz remistes o mundo.

José pegou no corpo de Jesus, envolveu-o num lençol limpo e depositou-o no seu túmulo novo, que tinha mandado escavar na rocha. Depois, rolou uma grande pedra para a porta do túmulo e retirou-se. Entretanto, estavam ali Maria de Madalena e a outra Maria, sentadas em frente do sepulcro. Mt 27,59-61

Agora chega também um homem rico, José de Arimateia. Sepulta Jesus no seu túmulo ainda intacto, num jardim: o cemitério onde fica sepultado Jesus transforma-se em jardim, no jardim onde fora expulso Adão. O túmulo no jardim faz-nos saber que o domínio da morte está para terminar. E chega também um membro do Sinédrio, Nicodemos, a quem Jesus tinha anunciado o mistério do renascimento pela água e pelo Espírito. Sobre a hora do grande luto, da grande escuridão e do desespero, aparece misteriosamente a luz da esperança. A Igreja de Jesus Cristo, a sua nova família, começa a formar-se.

No momento da deposição, começa a realizar-se a palavra de Jesus: «Em verdade, em verdade vos digo: Se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, dá muito fruto» (Jo 12, 24). Jesus é o grão de trigo que morre. Do grão de trigo morto começa a grande multiplicação do pão que dura até ao fim do mundo: Ele é o pão de vida capaz de saciar em medida superabundante a humanidade inteira e dar-lhe o alimento vital: o Verbo eterno de Deus, que Se fez carne e também pão, através da cruz e da ressurreição. Sobre a sepultura de Jesus resplandece o mistério da Eucaristia. Do sepulcro brilha a promessa do grão de trigo, do qual provém o verdadeiro maná, o pão da vida

(Vatican News, Papa Bento XVI).

“Senhor, os três dias parecem-nos tão longos! Os nossos irmãos fortes cansam-se, os irmãos fracos escorregam cada vez mais fundo. Dai perseverança aos fortes, animai os fracos e convertei todos os corações. Senhor, fazei-nos perseverantes na união com a Igreja do silêncio e na aceitação da necessidade de desaparecer e morrer como o grão de trigo.”

(Cardeal Joseph Zen Ze-Kiun, s.d.b. –  Bispo de Hong Kong, 2008).

Medita essa estação com calma e reflete: Tenho deixado a minha fé dentro do sepulcro ou sou testemunha da ressurreição? Tenho me deixado morrer como o grão de trigo ou ainda me apego a pecados que não me permitem dar frutos? Quais as dificuldades que enfrento que dificultam na minha perseverança e que me fazem não conseguir passar os três dias até que chegue a ressurreição?

Após refletir, reze

  • 1 Pai Nosso, 1
  • Ave-Maria e
  • 1 Glória ao Pai.