Como viver bem o tempo da Quaresma
Quando o mundo desperta no dia seguinte ao Carnaval, é Quarta-feira de Cinzas. Para os mundanos e pagãos, trata-se de mais um dia como qualquer outro. Para nós, católicos, porém, inicia-se um tempo forte de oração e penitência: o tempo da Quaresma.
Pois bem, com que espírito podemos viver estes quarenta dias de preparação para a Páscoa do Senhor?
Qual o sentido de se fazer penitência, e que práticas podem ser escolhidas para nos unirmos a Jesus no deserto? Nesta aula, a partir da tradicional reflexão sobre as práticas quaresmais — jejum, esmola e oração —, Padre Paulo Ricardo dá dicas de como viver bem este tempo tão importante do ano litúrgico.
COMO AVANÇAR NA VIDA DE SANTIDADE
Nós, que já participamos da igreja a algum tempo, temos sempre um desejo de querer nos aprofundar na vida de santidade. Podemos cair na tentação de querer ser novidadeiros, buscar sempre algo novo – mirabolante – para fugir da mesmice das pregações que sempre ouvimos. Mas, por que não revisitarmos o que já sabemos para relembrar aquilo que é essencial? Vamos lá, todos já ouvimos e sabemos: somos amados por Deus, Deus é amor e nós queremos retribuir o seu amor amando – sendo santos.
Se queremos nos aprofundar na vida de santidade, primeiro é preciso fazer a pergunta fundamental: o que é ser santo? Diz o Papa Francisco:
“Tu tens que descobrir quem és e desenvolver o teu caminho próprio de ser santo, independentemente daquilo que dizem e pensam os outros. Chegar a ser santo é tornar-te mais plenamente tu mesmo, ser aquele que Deus quis sonhar e criar, não uma fotocópia”.
(Christus Vivit, n. 162)
Ou seja, ser santo é tornar-se aquilo que se é: filho de Deus! E, como sabemos que fomos criados por Amor e para Amar, ser santo é tornar-se capaz de viver totalmente na lógica do amor. Por isso, tornar-se santo nos pede um processo profundo e intenso de autoconhecimento. Esse processo precisa ser feito na dinâmica das três relações do amor: a mim mesmo, ao próximo e a Deus. Podemos pensar o fazer-se santo como um exercício diário de descobrir quem eu sou através do como eu amo. Ser santo é, descobrindo-me, aceitando-me, superando-me, tornar-me capaz de amar sempre mais e melhor.
Mas, como posso fazer isso?
Lembram daquele jovem rico? Pois bem, vamos ver o que Cristo nos ensina com a vida dele.
Tendo perguntado ao Cristo o que era preciso fazer para ter a vida eterna (tinha desejo de santidade!) a resposta foi: “Observa os mandamentos”. Mas, isso o jovem já fazia. Então, perguntou: “Que me falta ainda?” – Jesus respondeu: “Se queres ser perfeito, vai, vende os teus bens, dá aos pobres, e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me”. (Cf. Mt 19, 16-26)
O que Cristo pede ao catequisado é algo simples, mas não fácil. Desapega-te, deixa de lado a mentalidade de que apenas seguir os mandamentos é o que te faz perfeito, é a mensagem de Jesus. O que te faz perfeito, santo, é a caridade – e, através dela, o seguimento Aquele que nos traz a boa nova. Se queres ser santo, vive na ótica do amor e vem, tu – sem riquezas, sem seguranças, apenas tu – e segue-me, é o chamamento a cada um de nós. Torna-te santo, torna-te capaz de doar o que tens aos necessitados – seja atenção, carinho, afeto, dinheiro ou apenas a alegria que brota do teu encontro com Deus.
Cristo nos convida, através daquele jovem, a voltar o nosso olhar sobre aquilo que é o centro do anuncio cristão: Deus é amor! (1 Jo 4, 8). De novo, pedindo auxílio ao Papa, podemos dizer que o centro da nossa fé (e as verdades que nos tornam santos!) são essas: Deus nos ama! Cristo nos Salva! Ele vive! (Christus Vivit, cap. IV)
Se queremos ser perfeitos, precisamos lembrar sempre dessas três verdades. Tendo descoberto cada uma delas, precisamos anunciá-las com as nossas vidas, através da alegria da nossa juventude. Quem descobriu este grande tesouro do amor de Deus, do Cristo que salva e da vida que Dele brota, não pode ser triste! Ele é o motivo da nossa alegria e, por isso, não podemos desanimar.
Ser Água Viva é ser esse sinal no mundo de uma alegria que contagia. É ser sinal no mundo enquanto pessoas santas, encontradas, que se amam, amam os outros e conhecem o Amor. Ser Água viva é muito mais que obedecer mandamentos, muito mais que decorar normas, muito mais que não pecar contra os mandamentos. Ser Água viva é dar vida a água parada que o mundo é.
E aí, o que falta na minha vida e na tua vida para que nós possamos ser esse sinal de amor? Quais dimensões da nossa existência precisamos revisitar, arrumar, lavar com a água do amor para superar uma vida de “cumpro minhas obrigações” e transformá-la em uma vida de “vivo a caridade”? O que precisa de um novo impulso de amor?
Para cada um de nós fica o convite:
“Enquanto lutas para moldar teus sonhos, vive plenamente o hoje, entrega tudo e enche de amor cada momento. Porque é verdade que este dia pode ser o último, e então vale a pena vivê-lo com toda vontade e com toda profundidade possível”.
(Christus Vivit, n. 148)
Por Paulo Zanelato Silvano – 13 de janeiro de 2020
Hoje vos nasceu, na cidade de Davi, um Salvador, que é o Cristo Senhor!

“Não temais, eis que vos anuncio uma boa nova, que será alegria para todo o povo: hoje vos nasceu, na cidade de Davi, um Salvador, que é o Cristo Senhor”
É assim que Deus anuncia o nascimento de Jesus, o menino luz que veio ao mundo para nos revelar o caminho para o céu, e a imensidão que é o amor de Deus por seus filhos.
Quando olhamos para o presépio, sempre encontramos Maria, José e o menino Jesus, eles que juntos formam a Sagrada Família, que é a instituição divina pela qual Deus tem infinito amor e escolheu para se fazer carne neste mundo.
Maria, a mais bela flor do jardim da humanidade, gerou o mais belo fruto, o salvador! Ela que foi escrava do Senhor, se entregando de corpo e alma, para fazer a vontade de Deus no plano da salvação eterna. Sempre encontramos Maria, como a intercessora, a auxiliadora e a mais humilde das criaturas, abdicando de si em prol do outro, como quando vai visitar sua prima Isabel que está grávida. A Rainha entregou-se por inteira, amou infinitamente e confiou cegamente no Pai.
José, o homem a quem Deus escolheu obedecer! Homem reto, justo e fiel, que o Pai confiou a criação e educação do menino Deus. Ele que teve uma vida de santidade, sendo discreto e temente a Deus, deu a sua honra, renunciou aos seus planos pessoais, e deu a vida em silêncio. José foi o provedor, o protetor, o educador e o homem que amou infinitamente a sua família, sempre recebendo e obedecendo as indicações de Deus com o coração aberto.
Jesus, o Verbo encarnado! O menino Deus, que nesta noite se fez luz para iluminar a escuridão em que o mundo se encontrava. Ele que é a fonte de amor e esperança, que é o caminho que nos conduz ao céu para o encontro com o Pai Eterno, quis vir ao mundo através da pureza de uma Mãe, a Virgem Maria, e quis ser cuidado e ensinado por José, o homem casto e fiel.
A Sagrada Família, é o grande exemplo que temos de como viver segundo os planos de Deus, e estar com o coração preparado para viver o natal. Com ela aprendemos a viver o amor concreto, de generosidade, compreensão, dedicação, caridade e justiça.
Que neste período de natal, possamos refletir sobre a nossa vida, sobre o caminho que estamos seguindo, para que não sejamos como aquelas pessoas, em Belém, que não acolheram José e Maria para que o menino Jesus pudesse nascer. Que o nosso coração esteja pronto para acolher a luz de Cristo, a fonte inesgotável do amor, e aguardar a sua vinda Gloriosa.
Que sejamos como Maria, a que se entrega a Deus de corpo e alma, nos entregando também cegamente ao colo do Pai, sempre abdicando de si em prol do próximo. Que sejamos como José, que é justo, fiel e obediente à Deus, confiando nossa vida aos planos do Pai com fidelidade, justiça e amor. Que sejamos como Jesus, que nasceu para iluminar o mundo e o conduzir até ao Pai, sendo testemunhos vivos do evangelho, vivendo conforme os planos de Deus e santificando a vida do próximo, para que um dia, cheguemos à vida eterna.
Feliz Natal a todos, que Deus abençoe as famílias!
Castidade – Um chamado de Deus
Os jovens do Movimento Água Viva solicitaram aos seus casais um encontro que discutisse a temática da Castidade a luz da doutrina Católica Apostólica Romana. Para atender esta demanda, foi realizado um encontro que aconteceu no dia 05/10/2019 na igreja Nossa Senhora de Loreto, Base Aérea de Florianópolis/SC – Brasil, que contou com 3 momentos.
No primeiro momento ocorreram duas palestras, a primeira ministrada pelo Leandro da Jeane e a segunda ministrada pelo Jeferson da Schaiane. No segundo momento aconteceu uma roda de conversa segmentada entre os homens e entre as mulheres. No terceiro momento realizou-se um fechamento com oração e uma adoração ao Santíssimo Sacramento ministrado pelo Samir da Natalia. Jovens, Adultos e Casais participarem deste belo momento.
O primeiro momento foi gravado e disponibilizado no formato de Podcast nos principais players da internet:
Todos os caminhos levam a Roma
Aniversário de 29 anos do MAV :)
Nosso momento de comemoração dos 29 anos do Movimento. Será um momento de convivência e descontração.
Como vai funcionar?
Pedimos que a cada dois levem um prato para ser compartilhado (salgadinho, torta salgada, pão de queijo, bolo) e um refrigerante, suco ou água.
Santa Missa
De lá iremos direto para a Santa Missa em ação de graças ao Movimento, e depois da missa partiremos um bolo com a comunidade!
Bora passar uma tarde maravilhosa com os irmãos e terminar com a presença de Deus, tem jeito melhor de comemorar?? Contamos com a presença de todos!!
CHAP CHAP ????????
12º semana: São Mateus
Pontos práticos
- Peça a intercessão de São Mateus diariamente para que ele possa nos guiar como movimento
- Que durante nosso dia tenhamos São Mateus como espelho nas nossas ações, aquele que respondeu e seguiu prontamente ao Senhor.
- Procure ler sobre a vida de São Mateus e pesquisar mais sobre esse santo durante sua semana.
Leituras
Segunda: Mateus 10, 1-10
Terça: Lucas 5, 27-32
Quarta: Mateus 12, 46-50
Quinta: Mateus 18, 19-20
Sexta: João 15, 16-17
Sábado: João 15, 20-22
Domingo: Mateus 28, 18-20
11º semana: Praticar a caridade
???? Pontos práticos
- Reze uma ave maria diariamente na intenção daqueles que passam dificuldades para que Maria interceda providenciando aquilo que mais necessitam
- Esteja com olhar atento para aqueles que te rodeiam, às vezes apenas escutar e conversar pode ser um ato de caridade no seu dia.
- Faça alguma doação seja em dinheiro, em alimento ou de alguma outra forma nessa semana.
???? Leituras
Segunda: Romanos 13, 8-10
Terça: 2 Coríntios 9, 6-11
Quarta: Mateus 25, 34-40
Quinta: Lucas 10, 30-37
Sexta: Lucas 6, 36-39
Sábado: Tiago 2, 14-17
Domingo: 1 João 3, 16-22
Meditação para o Sábado Santo
3. O único Coração que acreditou
O silêncio e as trevas do Sábado Santo são rompidos pela oração luminosa que brota da única fé que jamais vacilou: a fé do Coração Imaculado e doloroso da Virgem Maria.
O Sábado Santo é um dia alitúrgico. O que celebraremos a partir da tarde de hoje, com efeito, já corresponderá à liturgia da noite pascal, quando o nosso Salvador, saindo glorioso do sepulcro na manhã de domingo, vencer a morte e dar-nos uma nova vida. É um dia em que a Igreja dirige o nosso olhar para a Virgem SS., que presenciou ao longo deste Tríduo, compadecida como ninguém mais, a Paixão dolorosíssima de seu Filho.
Ontem, Jesus ofereceu ao Pai seu sacrifício na cruz. Por essa oblação, prevista de distintas maneiras no Antigo Testamento, a humanidade foi resgatada. Uma das prefigurações e anúncios do sacrifício vicário de Cristo encontra-se, por exemplo, no sacrifício de Isaac (cf. Gn22). Abraão, nosso pai na fé, subiu o monte Moriá acompanhado de seu filho, a quem gerara na velhice. Isaac, como diz a Escritura, levava aos ombros a lenha do holocausto sobre a qual ele mesmo seria sacrificado; Abraão, de coração aflito, trazia o fogo, símbolo de sua fé, e a faca para a imolação.
Esse episódio, prenúncio e figura do sacrifício vindouro, repetir-se-ia, segundo a tradição, no mesmo lugar. O monte Moriá, com efeito, seria o próprio monte Sião, sobre o qual fora erguida a cidade santa de Jerusalém, que tempos depois mataria sobre o Calvário o seu divino Redentor. No mesmo lugar, cerca de dois mil antes, Abraão subira a mesma montaha que subirá a Virgem SS.: ele, acompanhado de seu filho com a lenha nas costas, para ser provado na fé; ela, seguindo a seu Filho com a cruz nos ombros, levava no Coração a tocha de uma fé perfeitíssima.
Maria, que ouviu do Anjo as seguintes palavras: “O Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi” (Lc 1, 32), via ontem o seu Filho entregue aos algozes e pregado a uma cruz. E no entanto a sua fé não vacilou. Ela, iluminada desde sempre pelo Espírito Santo, entrevia a necessidade daquela morte, tão ultrajante como gloriosa, tão dura de contemplar e, ao mesmo tempo, tão cheia de esperança. Maria sabia, sim, que a morte não daria a última palavra, porque o Senhor mesmo tinha dito: “Depois de três dias ressuscitarei”.
Mas como podemos ter certeza de que o Coração Imaculado de nossa Mãe não fraquejo, não esboçou, ainda que de leve, uma certa desconfiança ou descrença? A resposta consta com toda clareza nas páginas do Evangelho. S. Marcos nos relata que, quando passou o sábado, três mulheres — Maria Madalena, a mãe de Tiago e Salomé — saíram às pressas ao sepulcro com o propósito de embalsamar o corpo de Nosso Senhor. São três mulheres fidelíssimas que, segundo o Evangelho (cf. Jo 19, 25), permaneceram firmes junto da cruz de Cristo.
O que chama a atenção é que, entre elas, na manhã de domingo, não estivesse também Maria. Como entender essa ausência? Por que justamente a Mãe do crucificado, após três horas de pé vendo-lhe o suplício, se recusaria a dar-lhe os últimos cuidados, fechando-lhe as feridas e dando-lhe digna sepultura? Que mãe se negaria a ver pela última vez o corpo do filho, de prestar-lhe a última homenagem, de expressar-lhe o último sinal de carinho, de amor, de saudade?
E no entanto Maria não as acompanhou. Maria não foi ao sepulcro porque sabia, pela fé que durante toda a vida alimentara, que o Senhor não estava mais lá. A fé das outras mulheres, essa, sim, sucumbiu; do contrário, teriam crido na promessa de Jesus. Quando Ele deu o último suspiro, apagou-se-lhes do coração o pouco de fé que tinham. Maria Madalena, a mãe de Tiago e Salomé deram, sim, prova de fidelidade; mas, no fim, não conseguiram crer na Ressurreição prometida. O mesmo se diga de S. João, o único sacerdote ordenado que permaneceu, impávido e fiel, diante do Senhor crucificado: também ele, ao receber a notícia de que o corpo de Jesus sumira do sepulcro, saiu correndo a ver se era verdade o que lhe diziam.
Maria, porém, teve fé desde o início. Com a morte de Cristo, a Igreja vê-se reduzida, neste dia de amarga solidão e silêncio, a um só coração, ao único que jamais deixou de crer: ao Coração de Nossa Senhora. Neste Sábado Santo, portanto, somos instados a pedir-lhe um coração semelhante, capaz de crer verdadeiramente na palavra e no amor de Jesus Cristo. E não só isso: dentro do panorama da Paixão, devemos pedir a nossa Mãe bendita um coração que seja também sensível aos padecimentos do Senhor. Maria é Mãe fiel, mas é ainda Virgem dolorosa, compadecida dos sofrimentos suportados pela Vítima santa dos nossos crimes.
O pecado, com efeito, nos endurece a alma, torna-nos indiferentes às dores de Cristo na Cruz. Mas quem o ama, compadece-se de vê-lo padecer. E esse amor só é possível se antes houver fé. Sem isso, a figura do crucificado não representará mais do que um simples crime, de uma injustiça, capaz talvez de gerar alguma comoção, superficial e passageira. Mas não é só isso o que lá está: na cruz, vista sob a luz da fé, está pregado o nosso Amor e Sumo Bem, desprezado, rejeitado, desfigurado, saturado de opróbrios.
Que nossa Mãe e Senhora, Virgem corredentora, ajude-nos a tomar parte em sua compaixão cheia de dor e amor, a fim de podermos oferecer a Cristo uma caridade mais pura e ao Pai, o sacrifício de uma fé firme e sincera. — Ó Mãe Santíssima, aproximamo-nos neste Sábado Santo do vosso materno Coração: dai-nos descobrir, sob o véu de vossas lágrimas, a chama ardentíssima de fé e amor que, acendida em vosso Imaculado Coração, ilumina este dia de silêncio e saudade. Que, fortalecidos na fé por vosso auxílio, mereçamos dar ao vosso Filho todo o amor de que Ele é digno.
Fonte:
Padre Paulo Ricardo
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