Sábado Santo

Faala Movimento Água Viva, aqui estamos novamente para refletir sobre a Semana Santa

Vivemos a principal semana da Igreja Católica, dias de muita riqueza litúrgica e espiritual, momentos de reflexão e entrega a Deus. Mas esse ano, estamos vivendo de uma forma diferente, não é mesmo? 

Vivemos uma quaresma em quarentena, tivemos a oportunidade de nos unir a Jesus no deserto, onde Ele se isolou de todos para se preparar para a grande entrega, para o grande ato de amor. E nós, ficamos isolados em casa, tendo a oportunidade de melhor viver esse tempo, de nos prepararmos para a morte de cruz e a grande ressurreição.

Hoje é o Sábado Santo, estamos no seio do tríduo Pascal, no coração desse tempo. Já vivemos a instituição da Eucaristia, dia em que Jesus, que é tão grande, se faz pequeno num pedaço de pão e Se deixa para nós. Vivemos a prisão de Jesus, as acusações, as humilhações e perseguições. Estivemos ao lado de Jesus no calvário, vimos as suas feridas, ouvimos o martelar dos pregos. Deus se entregou e morreu por nós. Aprendemos com Maria, a serva fiel, a estar ao pé da cruz com fé e esperança. Por fim, vimos o corpo do Salvador ser levado para o sepulcro. E aguardamos a sua Ressurreição triunfal.

E agora, o que vivemos é a ausência. O Cristo está calado, a terra está calada, a ausência de sons toma conta dos nossos ouvidos e do nosso coração. Parece que nada acontece hoje. Onde está Jesus? Sofremos, está doendo.

Silêncio. É essa a particularidade do Sábado Santo.

            Mesmo que tudo esteja em silêncio, Cristo age, pois, no silêncio Cristo desceu até a mansão dos mortos para salvar o homem e levá-lo para a eternidade. As portas do céu se abriram e lá está Jesus, nos esperando para viver a eternidade com Ele.

A Vigília Pascal tem quatro partes fundamentais: Liturgia da Luz, da Palavra, do Batismo e da Eucaristia.

Liturgia da Luz

Abençoa-se o fogo e prepara-se o círio no qual o sacerdote com uma punção traça uma cruz. Depois marca na parte superior a letra Alfa e na inferior Ômega, indicando que Cristo é o início e o fim, entre os braços da cruz marca as cifras do ano em curso. Depois de se acender o círio pascal, proclama-se a Ressurreição e recita-se a Proclamação da Páscoa.

Liturgia do Batismo

Neste dia em especial abençoa-se a água, água que renova a vida, e renovamos as promessas batismais, é muito comum neste dia realizar-se o batismo dos catecúmenos.

Liturgia da Palavra

Nesse dia santo a liturgia da palavra recorda a história da nossa salvação, desde a criação, o pecado original de Adão e Eva, passando por Moisés que liberta do povo da escravidão do Egito, aguardando o Messias até a ressureição de Jesus Cristo, que possibilita a nossa salvação eterna.

Liturgia Eucarística

Ao se aproximar o dia da Ressurreição, a Igreja é convidada a participar do banquete eucarístico, vive-se um ambiente festivo e de louvor, porque cumpriu-se as promessas de Deus, abrindo-se as portas da salvação para a humanidade.

“A Vigília Pascal é uma celebração solene e com uma catequese muito profunda. Quando participamos, cheios de atenção e desejo de nos encontrarmos com o Senhor, ficamos maravilhados com a beleza e o esplendor em torno de Jesus, nossa Luz. A Vigília Pascal transforma a noite mais clara que o dia, e nos impulsiona a irmos ao encontro do Senhor Ressuscitado, para vê-Lo e acreditar na vitória da vida sobre a morte. A Ressurreição de Jesus torna o Sábado Santo uma Noite de Luz!” (Portal CN)

Núcleo de Espiritualidade
Movimento Água Viva

Autossuficiência, uma barreira que impede Deus de agir

Viver achando que somos fortes o bastante para carregar a nossa cruz sozinhos, sem a ajuda de Deus, pode criar barreiras que impedem Deus de agir em nossas vidas.

Querer mostrar a autossuficiência para o mundo pode tornar a nossa relação com Deus mais complicada, pois demonstra que não confiamos na ajuda do Senhor. A palavra de Deus diz exatamente o contrário.

“Tudo posso naquele que me fortalece.” 

(Filipenses 4, 13)


Viver os ensinamentos que Jesus Cristo deixou é um desafio para nós, amar o próximo, perdoar incondicionalmente, viver a simplicidade das coisas, ser pobre de bens materiais, mas ricos na oração e na ação, são muitas das coisa que Cristo nos ensinou para que possamos viver uma vida correta, rumo a salvação. Um dos grandes exemplos que Ele nos deixou na sua dolorosa Paixão, foi a humildade de se deixar ajudar por Simão .

Mesmo sendo 100% homem e 100% Deus, alguém ajudou a carregar Sua cruz

Autossuficiência, uma barreira para Deus agir

É difícil pensar que o filho de Deus teve ajuda para carregar a penosa cruz ao calvário, o mesmo Cristo que era cem por cento homem e cem por cento Deus, Aquele que não precisava estar naquela situação, aceitou a ajuda em um momento de total dificuldade e apresentou a nós Sua humanidade. Aceitar ajuda em momentos de dificuldade não é vergonhoso, a única vergonha que devemos ter como católicos é de pecar.

Frente a todas as provações que enfrentamos diariamente, devemos abraçar essa cruz assim como Jesus Cristo abraçou sua penosa cruz em direção ao Calvário.
Um passo importante para quebrar a barreira da autossuficiência criada por nós, é intensificar a oração pessoal.

“Mas você, quando rezar entre em seu quarto, feche a porta e reze a seu Pai que está em segredo. Seu Pai, que vê no segredo, recompensará você.” 

(Mateus 6, 6)

Na oração pessoal criamos intimidade com Deus, isso nos deixa mais seguros para se agarrar Nele completamente, permitindo que Ele nos ajude.

Quantas vezes Deus enviou uma pessoa para ajudar em um momento de dificuldade e angustia, e simplesmente por seu egoísmo não aceitamos?

Por tantas vezes Deus enviou anjos e pessoas para nos ajudar, mas por vergonha recusamos?

Aceitar a ajuda do “Simão Cirineu” que Deus nos envia, pode quebrar a barreira da autossuficiência que impede Deus de agir e operar milagres em nós. Caso você ache que não recebeu um “Simão Cirineu” (enviado por Deus) talvez seja a sua hora de ser o Simão Cirineu para outra pessoa.

Chap chap!
Matheus de Souza Floriani